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A COLÔNIA PULADOR

O povo sul-mato-grossense traz em sua história fortes influências nordestinas, além de indígenas e paraguaias. Assim como em outros locais do país, a presença da cultura nordestina no Estado se deu em decorrência da escassez de água na região Nordeste, problema sempre presente no cotidiano das populações que vivem em meio à paisagem do clima semiárido. Os longos períodos de estiagem provocaram o deslocamento de nordestinos para diferentes regiões brasileiras.

 

Em um dos períodos de intensa seca, ocorrido no ano de 1912, diversas famílias - a maioria de origem pernambucana - migraram em direção ao Mato Grosso do Sul. Era o início de um importante capítulo da história de formação desta região, à época considerada território do estado do Mato Grosso, historicamente marcado pela invasão da cidade de Dourados (em 1864). Esse fato seria o estopim da Guerra do Paraguai (1864-1870), maior conflito armado internacional da América do Sul no século 19.

Foto principal_Torra da farinha_Arumi Figueiredo.jpg

A coragem nordestina de recomeçar trajetórias em uma terra de baixa densidade demográfica marcaria a formação do município de Anastácio, referência na produção de farinha de mandioca e parte fundamental da cultura alimentar sul-mato-grossense. Depois de mais uma seca, em 1929, novas famílias ocuparam territórios do Mato Grosso do Sul para o cultivo de mandioca. Logo após, entre as décadas de 1940 e 1950, a Colônia Pulador consolidou-se como referencial nordestino no coração do Brasil

 

A rusticidade da mandioca (também chamada de aipim e macaxeira) caracteriza seu modo de produção, fiel às tradições das casas de farinha nordestinas. Maquinários artesanais, paredes de adobe e fornos à lenha integram o grande ritual da produção de farinha, que ganha força na produtividade da agricultura familiar

Foto miolo_Descascamento_Arumi Figueiredo.jpg
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